domingo

NO SENSE - Obey



NO SENSE
“Obey”
Violent Records – Nac.



Escutei o EP “Out of Reality” em 1992, na casa de um amigo, e depois soube que o No Sense havia parado/acabado. Os anos passaram, conheci e curti o trabalho de centenas de bandas, mas aquela sujeira veloz, de certa forma, não saiu de minha cabeça. Em 2009 fui surpreendido com a notícia de que uma das mais antigas representantes do Grindcore brasileiro iriam retornar com suas atividades em um evento que eu iria tocar. Quando soube que era a No Sense fiquei mais surpreso e tive o prazer de estar presente no show que marcou esse retorno do grupo no “Carnametal 2009”. O que vi ao vivo, sem demagogia alguma, fica difícil de explicar, e me senti realizado. Porém, apesar de ver um grupo coeso e ensaiado, achei que a banda não iria seguir em frente, visto que todos os integrantes estão mais maduros e com certeza, atualmente, devem ter outras prioridades em suas vidas particulares. Em 2011 me surpreendi novamente, pois quase 20 anos depois do primeiro registro, o No Sense, com sua formação praticamente clássica, lança, através do selo Violent Records, seu novo massacre intitulado “Obey”. Novamente fica difícil descrever o que escutei. Ao total são 15 sons em pouco mais de 15 minutos, do jeito que acredito que algo tem que ser quando o assunto é Grindcore visceral. Os sons de “Obey” são verdadeiras obras de arte dentro do estilo, sem muitas novidades, mas cheios de feeling feitos por músicos que mostram claramente ser experientes e que buscaram manter o foco na proposta iniciada no final dos anos 80. São sete sons inéditos e de bônus todas as faixas do EP “Out of Reality” de 1991. Adorei isso, pois o EP que escutei em 1992 não era meu. Enfim, Marly (voz), Morto (guitarra), Paulo (bateria) e Ângelo (baixo), de forma simples mantiveram acesa a ‘chama’ do No Sense e aqui despejam uma dose extra de brutalidade que se destaca muito através da forma repleta de ódio que Marly vocifera as letras, que abordam temas atuais de forma global. O encarte, muito criativo, traz um tipo de mosaico, que de forma clara passa a mensagem base do título do disco e ainda traz fotos de ensaios e fases da banda, dando uma ideia bem ‘old school’. Um artefato de colecionador que emociona, tanto pelo som quanto pela banda, que considero muito importante para a história do Underground extremo nacional. Extremamente recomendado para aficionados por Grindcore e barulheiras afins, como também bandas ‘brazucas’ que valorizam a atitude antes de outros valores, que no final só servem para enfeitar.


Por Alexandre Chakal
Resenha originalmente publicada em www.recifemetallaw.com.br e também em http://metalreunionzine.blogspot.com 
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