segunda-feira

DEATHRAISER - Violent Aggression


DEATHRAISER
“Violent Aggression”

Xtreem Music – Imp.

Conheci o ‘trampo’ da Deathraiser quando ainda se chamava Mercilless, através do split intitulado “Get Thrashed”, onde os mineiros dividem espaço com a banda paraense Soul Assassins, lançado selo Visão Underground (PA). Nesse primeiro contato com o som dos caras já deu para sacar que a onda deles era algo como uma mescla de Thrash com Speed Metal 80’s. Algum tempo depois notei que, após a banda mudar de nome, muita coisa mudou também. Fiquei sabendo que gravaram material novo no Estúdio Da Tribo, em São Paulo, com o grande Ciero, sendo o mesmo lançado na Espanha pelo selo Xtreem Music. Em dezembro de 2011 tive a oportunidade de conhecer os caras pessoalmente em um show, e peguei uma cópia do “Violent Aggression”. O que citei antes, sinceramente, são apenas detalhes do que mudou mesmo. O que observei ao vivo foi algo que estou sem ver há muito tempo em eventos Underground. O Deathraiser, de forma completamente espontânea, é a mais pura definição de agressividade e peso, aplicados com velocidade absurda, que fazem até os bangers mais radicais e antissociais balançarem os cabelos, tentando quebrar os pescoços. Mas vamos falar do álbum “Violent Aggression”, certo? Se você é um daqueles que achou o ‘debut’ álbum do Kreator, “Endless Pain”, lançado em 1985, o mais agressivo e veloz produzido por uma banda de Thrash, saiba que os Deathraiser parecem ter ‘bebido’ exatamente nessa fonte e ainda mesclaram, em alguns momentos, a pegada com coisas tipo Vio-lence, Razor, Destruction e outros lances de Crossover e HC. Isso tudo transformou as nove faixas do disco em algo que só pode ser definido como, no mínimo, absurdo. Thiago, William, Ramon e Junior demonstram um entrosamento e capacidade de compor que deveria servir como exemplo para muitas bandas brasileiras, que muitas vezes, ao invés de trabalhar de forma honesta para seus fãs e seguidores, gastam energia através de suas assessorias afirmando e/ou tentando provar que fazem o melhor/maior Thrash Metal de verdade – blá-blá-blá –, mas não deixam de ser medíocres e datados em seus sons, que às vezes parecem mais com cópias das cópias do que com sons autorais. A banda toda é excelente, mas, em minha opinião, o destaque, tanto ao vivo quanto no disco, fica para o batera William, que com certeza em pouco tempo será citado como um dos grandes bateristas de Metal de nosso país. O cara consegue mesclar insanamente o peso e velocidade de forma perfeita e surpreende mesmo. Fica difícil ver o show ou escutar o disco sem imaginar como é possível fazer o que o cara faz mantendo o ritmo empolgante do som da banda. Algumas faixas que foram originalmente gravadas no split “Get Thrashed” foram regravadas e receberam uma roupagem muito mais veloz, ficando extremamente agressivas. As que mais gostei no disco são: “Violent Aggression”, “Command to Kill”, “Thrash or be Thrashed”, “Enslaved by Cross” e “Annihilation of Masses”. A arte da capa é algo completamente profissional, que lembra as capas dos americanos da Municipal Waste e está completamente dentro do tema do disco. Som extremamente recomendado para aqueles que curtem Thrash em sua forma bruta. Esse artefato pode, com certeza, ser considerado peça de colecionador, visto que se trata de um CD importado.

EM TEMPO: Essa resenha foi feita no início de 2012, no mesmo ano, o álbum “Violent Aggression” teve sua versão brasileira lançada pela gravadora Kill Again Records.



Por Alexandre Chakal
Resenha originalmente publicada em www.recifemetallaw.com.br e também em http://metalreunionzine.blogspot.com 




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